Maiores pontuações individuais da história da NBA

Alguns jogos da NBA ficam imortalizados não só pelo resultado, mas pelas atuações individuais extraordinárias. As maiores pontuações NBA simbolizam momentos únicos em que jogadores transcederam limites, assumindo protagonismo absoluto e deixando uma marca indelével na história do esporte.

Esses lances épicos—como performances de mais de 60, 70 e até 100 pontos em uma partida—mostram como a habilidade, determinação e oportunidade podem se alinhar para eternizar um atleta e modificar a narrativa de uma liga.

Atingir altas pontuações em um único jogo exige combinação rara de talento, volume de jogo e contexto propício. Esses episódios se destacam em temporadas regulares ou playoffs e frequentemente redefinem o status de estrelas ou reforçam legados consagrados.

Neste artigo, exploramos as maiores pontuações NBA de todos os tempos, analisando o contexto, as circunstâncias e o impacto de cada performance. Explore conosco os gigantes por trás desses números, desde lendas históricas até membros do Hall da Fama, e entenda como foi possível superar marcas que, à primeira vista, parecem impossíveis.

Wilt Chamberlain — 100 pontos (1962)

O recorde mais famoso da NBA é, sem dúvida, os 100 pontos marcados por Wilt Chamberlain em 2 de março de 1962, defendendo o Philadelphia Warriors contra o New York Knicks. O feito ocorreu em um jogo sem transmissão televisiva nacional — apenas um jogo presencial com fãs, e foi registrado por cronistas e rádio. Ainda assim, o impacto foi colossal: Chamberlain converteu 36 de 63 chutes e 28 de 32 lances livres, em uma performance de domínio total.

A validade dos 100 pontos transcendia a estatística; era síntese do físico imenso de Wilt, sua velocidade, resistência e capacidade de controlar o ritmo do jogo. Naquela época, poucos defendiam-no eficazmente, e Chamberlain assumiu o protagonismo ofensivo do início ao fim. O jogo marcou uma era em que as disputas dependiam muito do talento individual, e eternizou-se como referência no imaginário coletivo de fãs e jogadores.

Esse recorde permanece intocável até hoje, em meio a jogos de 48 minutos e rotação estratégica de elenco, o que mostra a magnitude do feito. Ele simboliza a fusão perfeita entre talento, oportunidade e controle tático, resultando em um número histórico que define o teto do possível na pontuação individual numa partida da NBA.

Pessoa arremessando bola de basquete em uma quadra externa ao pôr do sol.
O arremesso é um dos fundamentos básicos do basquete, presente desde partidas recreativas até jogos oficiais.

Kobe Bryant — 81 pontos (2006)

Em 22 de janeiro de 2006, Kobe Bryant entrou em uma das performances individuais mais lendárias da história da NBA. Contra o Toronto Raptors, com o placar equilibrado, Kobe marcou 81 pontos, a maior pontuação desde os 100 de Wilt. Ele converteu 28 de 46 arremessos, incluindo 7 de 13 de três pontos, além de 18 de 20 lances livres — um desempenho que arrebatou o mundo do esporte.

O contexto foi crítico: os Lakers precisavam da vitória fora de casa e acabaram assumindo o controle total da partida em grande parte por Kobe. Além da pontuação, a atuação revelou sua capacidade de assumir responsabilidade em jogos decisivos. O feito entrou para a esfera cultural do basquete, simbolizando a habilidade de uma “pegada e força mental” em quadra.

O desempenho de Kobe ressoa até hoje como exemplo de perseverança e talento predatório. Ele demonstrou que, mesmo em época de rotação intensa, era possível atingir marcas acima dos 80 pontos com combinação de habilidade criativa e força mental absoluta. A marca de 81 pontos permanece como o recorde de maior pontuação em um jogo da NBA no período moderno, consolidando Kobe como um dos maiores executores da história.

Devin Booker — 70 pontos (2017)

Em 24 de março de 2017, Devin Booker, então com apenas 20 anos, surpreendeu o mundo ao marcar 70 pontos contra o Boston Celtics. Atuando pelo Phoenix Suns, Booker converteu 21 de 40 arremessos, além de 24 de 26 lances livres. Mesmo com seu time perdendo a partida, ele protagonizou um dos maiores espetáculos individuais da era moderna.

O mais impressionante foi a maturidade com que Booker conduziu a performance. Apesar da derrota, ele foi eficiente, criativo e consistente em todos os períodos da partida. O técnico e o elenco do Suns ajudaram a maximizar suas posses de bola no último quarto, impulsionando ainda mais sua pontuação.

Este jogo transformou a percepção pública de Booker, que até então era visto apenas como promessa. A performance mostrou que ele possuía não apenas técnica, mas capacidade mental para enfrentar defesas de elite sob pressão. A pontuação colocou seu nome ao lado de lendas e consolidou seu potencial para se tornar um dos grandes pontuadores da geração atual.

Aos olhos da história, os 70 pontos de Booker o posicionam como o jogador mais jovem a ultrapassar essa marca na NBA — um feito que permanece entre as maiores pontuações NBA de todos os tempos.

David Thompson — 73 pontos (1978)

Em 9 de abril de 1978, David Thompson, do Denver Nuggets, marcou 73 pontos contra o Detroit Pistons, numa tentativa de conquistar o título de cestinha da temporada. Ele converteu 28 de 38 arremessos e 17 de 20 lances livres, numa das performances mais eficientes da história da NBA.

Apesar da atuação épica, Thompson acabou em segundo lugar na disputa pela artilharia da temporada, perdendo por pouco para George Gervin — que, ironicamente, também teve uma performance absurda no mesmo dia. No entanto, a façanha de Thompson é lembrada como uma demonstração de pura dominância ofensiva.

Seu desempenho foi baseado em explosão atlética, finalizações acrobáticas e um controle de bola quase impecável. Thompson foi um precursor dos shooting guards modernos: veloz, ágil e letal em transição. O jogo contra os Pistons revelou a extensão do seu arsenal ofensivo e o colocou no hall de performances históricas.

Essa pontuação permanece entre as maiores pontuações NBA e frequentemente é relembrada como uma das maiores exibições individuais da década de 1970. Além disso, serviu de inspiração para gerações futuras de jogadores que aspiravam alcançar o mesmo patamar de excelência.

Elgin Baylor — 71 pontos (1960)

Em 15 de novembro de 1960, Elgin Baylor, jogando pelo Los Angeles Lakers, registrou 71 pontos contra o New York Knicks. Na época, o jogo era mais lento, com menos posses de bola, o que torna a façanha ainda mais admirável. Baylor converteu 28 de 48 arremessos e 15 de 19 lances livres.

A performance foi uma mistura de agressividade, técnica e visão de jogo. Baylor não era apenas um finalizador — ele também contribuía com assistências e rebotes. Seu jogo combinava movimentos de pivô com a fluidez de um armador, algo revolucionário para sua época.

O impacto da performance foi imediato. Além de garantir a vitória, o jogo elevou Baylor ao status de superestrela e pavimentou o caminho para sua inclusão entre os maiores da história. Ele provou que era possível dominar ofensivamente sem depender exclusivamente do físico — bastava inteligência tática e leitura de jogo.

Os 71 pontos permanecem entre as maiores pontuações NBA, e o jogo continua sendo referência quando se fala em atletas que romperam barreiras técnicas antes mesmo da existência da linha de três pontos. Baylor foi, sem dúvida, um dos primeiros grandes showmen da liga.

Donovan Mitchell — 71 pontos (2023)

Bola de basquete passando pela rede do aro em movimento, com fundo de ginásio desfocado.
Grandes pontuações na NBA são resultado de precisão nos arremessos e domínio técnico ofensivo.

Em 2 de janeiro de 2023, Donovan Mitchell, então no Cleveland Cavaliers, fez história ao anotar 71 pontos em uma vitória emocionante contra o Chicago Bulls. O jogo foi para a prorrogação, e Mitchell foi absolutamente dominante, acertando 22 de 34 arremessos, incluindo 7 de 15 de três pontos, e 20 de 25 lances livres.

Além dos pontos, Mitchell ainda contribuiu com 11 assistências e 8 rebotes, tornando sua atuação uma das mais completas da história. Foi a maior pontuação em um jogo desde os 81 pontos de Kobe Bryant, e a maior na história da franquia Cavaliers — superando inclusive performances de LeBron James.

O que torna esse feito ainda mais impactante é o contexto competitivo. A equipe estava desfalcada e Mitchell assumiu total controle do jogo, conduzindo o time à vitória. A energia, eficiência e domínio técnico o colocaram entre os poucos jogadores a ultrapassar a marca de 70 pontos.

A exibição de Mitchell é hoje considerada uma das maiores pontuações NBA deste século, sendo lembrada como prova de que novos talentos podem continuar quebrando recordes e escrevendo capítulos inesquecíveis na história da liga.

Damian Lillard — 71 pontos (2023)

Em 26 de fevereiro de 2023, Damian Lillard, do Portland Trail Blazers, teve uma das noites mais espetaculares de sua carreira ao marcar 71 pontos contra o Houston Rockets. Ele acertou 22 de 38 arremessos e incríveis 13 de 22 bolas de três, além de converter 14 de 14 lances livres.

Lillard, conhecido como “Dame Time” por seu desempenho em momentos decisivos, comandou o jogo do início ao fim com eficiência absurda. O que mais impressionou foi sua confiança nos arremessos longos e a capacidade de manter a eficiência em alto volume.

Essa performance veio em um momento em que o Blazers lutava por classificação, o que aumentou ainda mais o peso da atuação. Além dos 71 pontos, Lillard ainda contribuiu com 6 rebotes e 6 assistências, mostrando versatilidade.

Com esse jogo, Lillard tornou-se o jogador mais velho da história a ultrapassar os 70 pontos, aos 32 anos. A marca solidificou seu nome entre os grandes pontuadores da NBA e reforçou sua imagem como um dos jogadores mais letais da liga.

Sem dúvida, é uma das maiores pontuações NBA e um dos momentos mais icônicos da temporada 2022–23.

Wilt Chamberlain — 73 pontos (1962)

Menos de dois meses após marcar 100 pontos, Wilt Chamberlain voltou a surpreender com 73 pontos em 13 de janeiro de 1962, enfrentando o Chicago Packers. Com eficiência e domínio físico, ele converteu 29 de 43 arremessos e 15 de 25 lances livres.

Chamberlain dominava fisicamente seus adversários. Ele era mais alto, mais rápido e mais forte do que praticamente todos que enfrentava. Essa vantagem, somada a um QI de basquete acima da média, permitia atuações repetidas de 60+ pontos durante sua carreira.

Esse jogo reafirmou o domínio de Chamberlain na temporada de 1961–62, uma das mais lendárias da história da NBA, na qual ele teve média de 50,4 pontos por jogo. Ele detém cinco das 10 maiores pontuações de todos os tempos, um feito ainda inigualável.

Os 73 pontos daquela noite permanecem entre as maiores pontuações NBA e reforçam a grandeza de um dos maiores ícones da liga. Mesmo em um tempo com menos mídia e cobertura estatística, os números de Wilt continuam impressionando novas gerações de fãs e analistas.

Conclusão

Bola de basquete atravessando a rede da cesta em quadra externa, simbolizando pontuação.
A NBA popularizou jogadas icônicas como arremessos precisos e enterradas que marcaram gerações.

As maiores pontuações NBA representam momentos de genialidade pura, onde talento, foco e oportunidade se alinham para criar verdadeiras obras-primas do esporte. Cada uma dessas performances não só entrou para os livros de recordes, como também marcou profundamente a cultura do basquete e inspirou milhões de torcedores ao redor do mundo, seja nas arenas lotadas ou acompanhando à distância. Esses jogos transcendem estatísticas: são eventos históricos que definem gerações e eternizam atletas.

Jogadores como Wilt Chamberlain, Kobe Bryant, Devin Booker e Damian Lillard mostraram que a excelência individual pode transformar uma simples partida em uma lenda eterna. Eles desafiaram defesas implacáveis, quebraram padrões e demonstraram que, com determinação e técnica, é possível alcançar feitos aparentemente inalcançáveis.

A variedade de épocas, estilos de jogo e contextos só reforça o quanto a NBA evoluiu — e, ao mesmo tempo, continua sendo um palco onde o impossível acontece de maneira surpreendente.

Mais do que números, essas pontuações representam momentos de superação, intensidade e entrega total. São símbolos do que há de mais espetacular no esporte de alto rendimento: concentração absoluta, coragem de assumir riscos e habilidade refinada sob pressão. A cada nova temporada, a possibilidade de um novo nome surgir nessa lista mantém viva a chama da expectativa e da admiração que só a NBA é capaz de gerar.

Celebrar essas pontuações é também celebrar a história, a paixão e a magia do basquete. Afinal, mais do que pontos, elas nos lembram por que o jogo é tão emocionante, inspirador e universal.

Referências